sábado, 21 de agosto de 2010.
A dor me alcançou...
A miséria me atingiu...
A tristeza me pegou...
mas não me desesperei...
Sabia que após galgar os precipícios varridos pela ventania;
escalar os barrancos íngremes de escarpas pedregosas,
encontraria, no alto da montanha,
abrigo, sopa quente e companhia.
Vislumbrei o carvoal fumegante onde foi uma floresta verde outrora
e contemplei os agora secos mananciais
que no passado mitigaram minha sede;
senti angústia no peito apertado
se tive que falar quando ninguém ouvia
ou se me calei contrariado...
Mas nem assim eu me desesperei...

Saquei do bolso um guardanapo de papel amarrotado
e a velha bic já borrando o traço
sentei no banco, mal acomodado.
Estendi o tapete vermelho da alegria,
dei um chute no traseiro do cansaço
e me libertei... no voo da poesia.

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