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Entrevista do escritor no CAV

terça-feira, 31 de maio de 2011.


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quinta-feira, 26 de maio de 2011.
O FUNDO E A SUPERFÍCIE é um conto, ou uma crônica, ou o romance da vida de muitas pessoas, conclusão a que cheguei muitos anos depois de ter escrito, muito depois de ter postado esse texto em papel cartão, à guisa de mensagem de natal e, anos depois, ao receber um telefonema de um amigo no Mato Grosso, o qual fazia parte de um grupo de tratamento de dependentes químicos, soube que o coordenador tirou cópias e mandou distribuir para todos os outros coordenadores de grupos de tratamento parecido. Eu nem sabia que este pequeno texto ia sendo interpretado por uma gama imensa de pessoas, que o adaptavam à própria realidade, às vezes atribuindo conotações que nem o próprio autor imaginou, para melhor compreender a situação e compreender-se.
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O FUNDO E A SUPERFÍCIE

Um homem no fundo do poço. De pé. Olha para o alto. Veste roupas elegantes e não parece excitado. Vê a boca do poço muitos metros acima, o eixo com a corda enrolada tendo embaixo o balde pendurado e, por trás, o azul infinito do céu contido num pequeno círculo.
À sua volta a escuridão e os organismos a ela próprios e, quase palpável, a tentar beliscá-lo, mais que os insetos e aracnídeos, a solidão que o esmaga.
Seus ouvidos, entupidos, com dificuldade captam ruídos que não reconhece, como se procedessem de lugares distantes e só depois de muitos obstáculos lhes chegassem, confusos e distorcidos.
Seu olhar continua fixo na clara abertura do topo, atraído de forma inexorável pela cor e pela luz, pequenos indícios de que lá fora um grande mundo o espera, mas suas botas, enterradas até o meio do cano no solo pegajoso do fundo, o mantêm fixado: movimentos tolhidos, sentidos embaçados, percepção reduzida.
Não tem idéia de há quanto tempo está ali, mas lhe parece um largo período, ainda contando que perdera momentos preciosos olhando para baixo, como que hipnotizado pelo lodo, comprazendo-se em chafurdar; até que algo luminescente acima de sua cabeça o assustou a princípio, mas depois o deixou como que maravilhado, e teve que desviar as vistas que se ofuscaram, mesmo diante do parco raio de sol que vislumbrara, dado seu hábito à escuridão.
Ainda não sabia como, mas resolvera sair dali, alcançar a claridade, e começara a pensar em como fazê-lo. Deveria haver um jeito, e teria que ser logo, e quem sabe se livrasse daquele peso dolorido no corpo, da sensação de paralisia e da dificuldade que sentia em respirar.
Talvez subisse pela corda do alto, que teria que desenrolar de algum jeito; ou quem sabe tentasse escalar pelos interstícios das lisas e limosas pedras que, arrumadas, formavam o cilindro de granito enterrado na vertical.

Vê a pequena folha seca, que vem girando e pousa, duas braças acima de seu rosto, na fina película, formando pequenas ondulações, como se fosse um sopro no finíssimo véu que separa a atmosfera mais sutil e diáfana acima, do fluido pesado, escuro e frio, abaixo, onde continua imóvel, apesar das roupas elegantes, silencioso e impassível, encharcado até os ossos.
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Os Cem anos do colégio Antônio Vieira

sexta-feira, 20 de maio de 2011.





Encerrou-se ontem a Feira do Vieirinha, evento que me proporcionou muita alegria, em virtude da receptividade demonstrada pelos alunos e pelos raros pais que a frequentaram, alguns dos quais me deram a satisfação de um bate papo, momento em que pude ter uma noção, pela demonstrações de carinho, do apreço que os leitores têm pelo meu trabalho literário, alguns dos quais desde que eram crianças.

A novela O Homem em Pé teve sua última tiragem esgotada, com muitos pedidos para a próxima edição;

os livros infantis, tanto a aventura ecológica de A Cachoeira Encantada, como As Travessuras de Frufru, que aborda a questão das perdas, fizeram brilhar os olhinhos de crianças e vovós;

O Milagre do Impostor, romance que era antes mais procurado por pessoas maduras, despertou grande interesse por parte dos estudantes do sexto ano e até de alguns do terceiro, que já se aventuram por dramas e comédias.

Na entrevista que me foi feita, pude discorrer sobre os eventos comemorativos dos "Cem anos do Colégio Antônio Vieira", depoimento que estará à disposição de nós todos no You Tube.
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terça-feira, 17 de maio de 2011.


LER É ANDAR DE BICICLETA.

Hoje no Vieirinha, durante a feira de livros que ocorre pelas comemorações dos cem anos do Colégio Antônio Vieira, tive oportunidade de me dirigir a alunos do sexto e terceiro anos, em momentos distintos, exposições em que procurei, a partir da idéia como matéria prima do ofício de escritor, incentivar tanto os já assíduos leitores, como encorajar os recém letrados, que ainda têm dificuldades, a superá-las e isso só pode se dar através da prática e mais prática da leitura, buscando as que agradem, independentemente das de estudos.

Na comparação que fiz em "Ler é andar de bicicleta", referi-me aos processos de aprendizagem, tanto de um quanto de outro, que têm muitos pontos em comum, a saber:

A primeira coisa que se faz quando se aprende a andar de bicicleta, a não ser as raras pessoas que já saem a pedalar, logo de cara, é levar um tombo. Então o que se faz? Monta-se novamente, mesmo que se leve outro tombo, o que é provável. Aprender a ler é a mesma coisa, caiu da palavra, monta de novo, começa novamente a lê-la e isso requer prática, esforço e coragem. E quanto mais dificuldades houver, mais prática, esforço e coragem são necessários. Enquanto o praticante da bicicleta se preocupa em não cair, não olha a paisagem, tentando se equilibrar, fazer a curva, evitar o buraco, não aprecia o passeio; com o praticante da leitura algo assim também acontece: não tem noção nítida do que está lendo se estiver se esforçando para não gaguejar, não tropeçar nem soletrar. Mas logo que pega o jeito, tanto um quanto o outro começa a pedalar, sem nem sentir que está pedalando, olhando a beleza do céu, ouvindo os passarinhos, observando a curva do rio logo além da curva da estrada, sem nem perceber que está lendo, entrando nas histórias, vendo as paisagens, sentindo as situações, convivendo com os personagens.

Fiquei feliz com a receptividade dos alunos, a quem espero ter passado apenas uma pequena fração de toda a magia que a leitura possui, a capacidade de transportar o leitor, fazer com que o coração bata mais forte, o pulso acelere, e a emoção venha à tona, em riso ou lágrima, coroando a mais humana das capacidades: a de se colocar no lugar do outro.

Quem lê vive várias vidas!
Hugo Homem
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Física Quântica

quinta-feira, 5 de maio de 2011.
De todos os males que afligem a humanidade, o maior é a ignorância, pois conduz a todos os outros: ao desleixo, à doença, à miséria; mas o que conduz à perversidade é ignorar que o nosso próximo faz parte de nós mesmos.
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