terça-feira, 17 de maio de 2011.


LER É ANDAR DE BICICLETA.

Hoje no Vieirinha, durante a feira de livros que ocorre pelas comemorações dos cem anos do Colégio Antônio Vieira, tive oportunidade de me dirigir a alunos do sexto e terceiro anos, em momentos distintos, exposições em que procurei, a partir da idéia como matéria prima do ofício de escritor, incentivar tanto os já assíduos leitores, como encorajar os recém letrados, que ainda têm dificuldades, a superá-las e isso só pode se dar através da prática e mais prática da leitura, buscando as que agradem, independentemente das de estudos.

Na comparação que fiz em "Ler é andar de bicicleta", referi-me aos processos de aprendizagem, tanto de um quanto de outro, que têm muitos pontos em comum, a saber:

A primeira coisa que se faz quando se aprende a andar de bicicleta, a não ser as raras pessoas que já saem a pedalar, logo de cara, é levar um tombo. Então o que se faz? Monta-se novamente, mesmo que se leve outro tombo, o que é provável. Aprender a ler é a mesma coisa, caiu da palavra, monta de novo, começa novamente a lê-la e isso requer prática, esforço e coragem. E quanto mais dificuldades houver, mais prática, esforço e coragem são necessários. Enquanto o praticante da bicicleta se preocupa em não cair, não olha a paisagem, tentando se equilibrar, fazer a curva, evitar o buraco, não aprecia o passeio; com o praticante da leitura algo assim também acontece: não tem noção nítida do que está lendo se estiver se esforçando para não gaguejar, não tropeçar nem soletrar. Mas logo que pega o jeito, tanto um quanto o outro começa a pedalar, sem nem sentir que está pedalando, olhando a beleza do céu, ouvindo os passarinhos, observando a curva do rio logo além da curva da estrada, sem nem perceber que está lendo, entrando nas histórias, vendo as paisagens, sentindo as situações, convivendo com os personagens.

Fiquei feliz com a receptividade dos alunos, a quem espero ter passado apenas uma pequena fração de toda a magia que a leitura possui, a capacidade de transportar o leitor, fazer com que o coração bata mais forte, o pulso acelere, e a emoção venha à tona, em riso ou lágrima, coroando a mais humana das capacidades: a de se colocar no lugar do outro.

Quem lê vive várias vidas!
Hugo Homem

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